Numa fase mais madura da vida, Mara conhece Jorge, um homem inteligente, culto, educado. Tornam-se amigos. Mara conta a ele sua vida, suas lutas, derrotas, vitórias, casamento fracassado. Jorge narra a Mara seu trajeto na vida, trabalho, casamento e filhos. Através dessas confidências tornaram-se grandes amigos.
O tempo passando e a admiração, respeito e carinho transformou a amizade em amor. Ele encontra nela o verdadeiro amor e ela encontra nele alguém que agora valia a pena amar. Entregam-se a esse amor de palavras, desejos, emoções e sonhos.
De repente, Jorge muda! Tudo o que Mara diz, o irrita. Torna-se impaciente, reclama até das brincadeiras que antes o fazia rir. Compreensiva, ela deduziu que esse comportamento se devia ao fato dele ser casado. E como pessoa de caráter, estava sofrendo com uma situação que não lhe fazia bem moralmente.
Aos poucos retrocederam no amor, mas a grande amizade ficou, continuaram compartilhando desabafos, tristezas, risos.
Até que...uma amiga de Mara se infiltrou na vida dos dois. Tanto ela disse, que Jorge esqueceu a pessoa digna que ele conhecia tão bem para acreditar na pessoa que entrava agora em sua vida. Ele afastou-se sem dizer uma palavra. Ela, com o grande sentimento de amor- amigo, novamente compreendeu. Com muito sofrimento o viu partir.
Pequenos sinais demonstravam que estavam juntos. Mara sentiu-se traída pelos dois. Foi uma dor dupla. Permaneceu calada, não queria sofrer mais do que já sofria. O tempo a ajudaria.
Tentou ocupar-se com outras atividades para que o tempo passasse mais depressa e a ferida se transformasse em cicatriz.
Um dia, encontraram-se por acaso. Jorge confessou que agora entendia que Mara foi quem mais o amou, entendeu, admirou e respeitou. Ela assentiu, realmente foram sentimentos reais, profundos, que foram machucados com a ausência dele. Sentiu-se perdida, amargurada, queria que o dia terminasse rápido para dormir e acordar com um dia a menos de dor.
Todo sofrimento tem um porquê, um significado. E um aprendizado! E Mara entendeu! Entendeu que Jorge, quando mudou, estava sendo manipulado pela esposa; quando se afastou, estava sendo manipulado pela amiga. Ela não o manipulou porque via nele um homem forte, corajoso, íntegro. Não, não, ele era um homem sem personalidade própria, incapaz de honrar seus próprios sentimentos, sua palavra, de doar seu amor, realmente um homem fácil de ser manipulado.
Mara conscientizou-se: Jorge, o homem que ela amava, admirava tanto, não passava de um Ídolo de Pés de Barro!