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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

QUEM CHEGAR POR ÚLTIMO É............................









Meu pai era um conceituado chaveiro em nossa cidade. Famoso por seus feitos em sua área. Trabalhava ao lado de um hotel e fazia amizade com o pessoal que alí se instalava, principalmente os italianos que ele levava aos domingos em nossa casa para matarem a saudade da comida italiana que ele e minha mãe preparavam. Minha mãe ensinava a eles a nossa língua! Nossos domingos eram lindos, recheados de musicas italianas e ficavam mais linda ainda quando Roberto Luna nos dava a graça de sua visita.

De repente no hotel, repleto de italianos, aparece uma figura diferente que meu pai fez questão de conhecer. Era professor, educado, culto, inteligente, baiano que logo foi convidado a participar dos almoços de domingo. Ele acabou se encantando com a filha caçula do chaveiro, ou seja: eu! Pronto começou o complô para que eu aceitasse o namoro. Eu tinha 18 anos, mas era uma menina e me assustava um namoro com aquele “senhor” de 36 anos. Foi uma grande luta da parte dele que acabou vencendo! Namoramos, noivamos e marcamos a data do casamento. Casamento?!? Na Igreja? Como assim? Aí nos contou que não poderia se casar na Igreja porque ele era: Padre! Entrei em parafuso: mais velho e Padre? Recebi conselhos de ir adiante pois seria muito respeitada e considerada sempre uma menina por ele.

Começamos uma correria, conversa com outros padres, audiência com Bispo, carta ao Papa e este não deu a dispensa para que ele pudesse casar. Os Padres precisam de maior tempo para o caso de acontecer um arrependimento e querer voltar ao sacerdócio.

Sem vestido de noiva, véu e grinalda (brancos), não haveria casamento! Resolvido isso, lá fui eu oficializar o casamento, como se fosse para a 1a comunhão, vestida de noivinha..rsrs

Quando engravidei da primeira filha, nova carta ao Papa: negada! Segunda filha: negada! Terceiro filho: negada!

Por fim um padre, professor meu de faculdade conseguiu em nova carta a dispensa dos votos sacerdotais. Oficializamos a união diante de Deus! Fiquei 10 anos casada com Padre!

Foi um casamento difícil porque ele foi criado em colégio salesiano, são muito rigorosos, principalmente com a figura da mulher.

O mais importante e lindo que aconteceu foi a grande alegria de ter três filhos maravilhosos que ainda me brindaram com duas netas.

Moral da história: Casar com Padre, me trouxe profundo conhecimento sobre Céu, Purgatório e Inferno!

6 comentários:

johan disse...

Ah!!! essa menina que me encanta com seu jeito meigo de falar de sí,de se mostrar sem medo. De resumir ou sintetizar a fazes da vida de forma tão inteligente.
Estou com saudades,saudades até daquilo que não aconteceu...bjs

M. Terezinha Machado disse...

Obrigada pelo carinho, meu querido.
Bjss

Ana Maria disse...

Como sempre, seu texto está maravilhoso...todos os adjetivos seriam redundantes...
Chamou minha atenção a frase final, muito inteligente!
É...casar com padre, as vezes,pode proporcionar esse conhecimento, não necessàriamente nessa mesma ordem!

Unknown disse...

Ah a vida sempre cheia de surpresas...

A vida é rica para os que colecionam perolas...

Teresinha, uma pergunta intima...
O amor entre voces elevava aos ceus ou aos infernos???
Não precisa responder!!!
Prefiro imaginar...

Quantas experiencias, quantas dúvidas, quanta busca a vida nos oferece...
Só a maturidade e a vivência para colher tudo que a vida nos oferece!

Viva a vida!

wanda disse...

Gostei muito de seu artigo.Bem escrito ,humor flui naturalmente,gostoso de ler.Parabens.

M. Terezinha Machado disse...

Obrigada, Ana Maria, Nilo e Wanda, os elogios de vcs me incentivam a continuar!Bjs